segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Face Oculta - Defesa insiste na libertação de Godinho

A não observância da principal conclusão (riscos acrescidos de amputação de membros e de mortalidade) da perícia médico-legal sobre o estado de saúde de Manuel Godinho levou a defesa do empresário de Ovar a insistir na sua libertação.

Num requerimento apresentado ao juiz Carlos Alexandre, o advogado Artur Marques chama a atenção para o facto de o MP não ter tomado conhecimento do alerta da perita do Instituto Nacional de Medicina Legal, dos ricos acrescidos de “morbilidade” e de “mortalidade”.
Artur Marques referiu “não compreender” como depois de um tribunal superior, a Relação do Porto, ter afastado num acórdão o alegado receio de fuga de Manuel Godinho, o Ministério Público continue a insistir naquela tese, já que quanto aos restantes pressupostos, como a perturbação do processo, “não faz qualquer sentido, quase três meses depois de deduzida a acusação do MP”, segundo afirmou aquele advogado.
Sobre o agravamento do estado de saúde do empresário Manuel Godinho, o seu defensor destacou que “infelizmente todos os médicos temem pela vida do meu cliente”. Questionado acerca de alguns pareceres serem assinados por especialistas privados, Artur Marques limitou-se a destacar que “foi visto por vários médicos a título privado, mas há mais muito mais médicos, todos estes de hospitais e de outras instituições públicas, incluindo a perita médico-legal, a pronunciarem-se no mesmo sentido dos primeiros colegas”.
Ainda segundo salientou aquele penalista, “os problemas cardíacos foram diagnosticados há já 15 anos e Manuel Godinho é seguido pelos médicos desde 2002 no Hospital de Ovar e entretanto no Hospital de Ovar e ainda no Hospital Prisional de Caxias”. Indo directo ao assunto, Artur Marques diz que “não são nenhumas doenças inventadas à última hora e se houvesse ainda quaisquer dúvidas, temos a perícia do Instituto Nacional de Medicina Legal, na sede deste organismo do Ministério da Justiça, em Coimbra, que incluiu exame directo e demorado por parte da perita, a Manuel Godinho”.
Dada a premência da situação, Artur Marques optou por não recorrer do indeferimento pelo juiz Carlos Alexandre, quanto ao anterior pedido de libertação de Manuel Godinho, mas face ao despacho do magistrado, em que referia a ausência de relatórios médicos recentes (a perícia demorou cinco meses a chegar às mãos daquele juiz), o advogado juntou os quatro relatórios elaborados esta semana pelo seu médico de família e pelos três especialistas em Cardiologia, Endocrinologia e Psiquiatria.
Artur Marques, advogado de Manuel Godinho, à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa

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